Itazura Na Kiss

Essa é a minha primeira fanfic de Sakura card captor!!!!
Sinopse: Sakura é da classe F, dos piores alunos.
Shaoran é o melhor aluno da classe A, dos melhores alunos.
Sakura é ingênua, enérgica e atrapalhada.
Shaoran é frio, calculista e perfeccionista.

"(...) Por causa da nossa divisão de salas por capacidades intelectuais, eu fiquei com medo de que o ano escolar acabasse sem ele saber dos meus sentimentos, foi por isso que eu resolvi fazer a tal carta. Minha cartinha. Minha linda cartinha. Lembrei-me do momento em que ela foi ignorada.

- Com licença, Li-kun! Por f-favor... P-por favor, aceite... A-aceite... - Estendi as mãos, trêmula, segurando o envelope.
- Não quero. - Foi tudo que ele me disse.

Mais lágrimas. Minha dor não se acabava. (...)"
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Notas da História:
Essa é uma história de Sakura Card Captor num Universo Alternativo, onde não há magia, baseado no anime Itazura na Kiss.
Se você já assistiu, a fic é ligeriamente mudada, alguns personagens são da Sakura, alguns originais.
Existem coisas levemente mudadas e coisas iguaizinhas, mas pretendo seguir a história como ela é.
Sakura Card Captor e Itazura na Kiss e seus personagens NÃO ME PERTENCEM.

adorei

Que bom que gostaste!!!
Em breve colocarei o 1º capitulo!!!!XD

de nada
fico á espera

Adorei vai ficar fantastica

Eu também acho que vai ficar fantástica!

Obrigada as duas!!!!XD

1º Capitulo


Toda menina nasce para encontrar seu destinado.



- Você, Li Shaoran, aceita Kinomoto Sakura nas horas de doença e na hora da morte, para amar e servir, para ser sua esposa? - A voz do ministro era tão clara que Sakura tinha certeza que podia ouvi-la. O eco em sua mente, dava a impressão de que aquela igreja imaginária estava completamente vazia.

- Aceito. - O rapaz agarrou a mão de Sakura e deslizou por seu dedo o anel que selava o casamento dos dois. - Sakura.

- Sim? - Perguntou com os olhos brilhantes feito um anjo vestido de branco.

- Eu te amo. - Falou com um sorriso singelo e a voz firme. Os sinos tocavam ao fundo e uma bela melodia soava. Era o momento perfeito.

- Eu também, Li-kun. - Sakura teve que se esticar ligeiramente para conseguir selar os lábios de seu amado, e também levou somente alguns segundos para se dar conta de que estava com os braços abertos para o nada absoluto, e que se encontrava sozinha em seu quarto. Depois que notou o que havia feito, sorriu sem graça para si mesma, e um pouco desapontada. - Ah, nossa! Minha imaginação correu solta!

Sakura Kinomoto, da classe F, tinha seus 17 anos e uma aparência jovial e tranquila.



Mas só a aparência, é claro. Sempre fora uma garota sonhadora, destraída e desajeitada, mas o coração encontrava-se no lugar certo e era maior do que qualquer coisa. Já havia dois anos que ela alimentava um amor platônico por Li Shaoran, da classe A, e somente naquele dia, havia resolvido tomar uma decisão. Escrevera a ele uma carta de amor e lhe entregaria naquele dia.

- Sem erros de impressão, sem erros de gramática! - Falou animada, enquanto conferia a sua carta. - Está perfeita!



Sakura's POV.



- Não quero. - Falou o rapaz alto e moreno, com olhos cor de âmbar, na minha direção, enquanto eu segurava a carta para ele com os braços estendidos.




A expressão de nós dois era imutável. Li-kun tinha a expressão séria e desinteressada, enquanto eu estava arrasada, sem mover um músculo. Então ele se virou para um lado e eu pro oposto, seguindo meu caminho, desolada.

Nem ao menos aceitou a carta.

- Ela se declarou para o Li-kun? - Falem baixo, posso ouvi-las no corredor.

- Kinomoto-san fez isso? - Oh, por favor, não falem mais nada.

- Parece que ela foi rejeitada na hora. - O horror!

- Pior ainda, na frente de todo mundo. - Eu realmente fui burra de fazer isso no corredor, mas que idiota.

- Tá falando sério? Que vergonha! - Todos estão comentando disso?

- Kinomoto-san não é da classe F? Ela tem que ter muita coragem pra se declarar para alguém da classe A como o Li-kun. - Ah, só porque a classe F é a classe dos burros condenados á trabalhos públicos e a classe A é a classe dos grandes gênios? Isso é tão preconceituoso.

- É mais como se ela não soubesse seu lugar. - Se eu fosse maior, colocaria você no seu lugar. Estou ficando muito irritada mesmo.

- É mesmo! - Foi nessa hora que eu explodi. Me virei para a multidão de pessoas no corredor que falava de mim, e simplesmente usei toda a força da minha garganta.

- Me deixem em paz! - Todos eles me encaravam como se finalmente tivessem notado que eu fiquei triste com o que aconteceu. Mas é claro que eu fiquei triste, bando de seres robóticos. - Vocês são tão cruéis! - As lágrimas finalmente escorreram de meus olhos e eu sai correndo na direção da minha classe.

Só consegui ser deixada em paz com toda a minha tristeza e rejeição por cerca de quinze minutos, que foi quando as minhas amigas chegaram. Ao invés de se olharem e simplesmente decidirem que seria melhor me deixar em paz, elas resolveram me confrontar. Et tu, Brutus?

- Ei, eu ouvi, Sakura! - Essa é a Meiling Li.



Sim, sim, prima do Li-kun, mas eles não se falam muito. Na verdade, não se falam quase nada, pela diferença de classes e pelo fato de que os pais não se dão muito bem até onde sei, e também, eles não possuem muitas semelhanças.

- Que coisa ousada que você fez! - Essa é Tomoyo Daidouji. Ela é uma entusiasta pelas artes. Música, arte, imagem, vídeos, fotos, tudo. Ela é linda, talentosa, mas como todos da classe F, não muito entusiasmada com a escola em si.



- Eu só pensei que se houvesse uma chance mínima de ele gostar de mim...? - Elas nem me deixaram terminar e já começaram a me consolar.

- Ah, fala sério, isso é impossível! - E ela ainda conseguia dizer isso com um sorriso gentil. Obrigada, Meiling.

- Você é uma pessoa abençoada, Sakura. - Ela estava falando que eu tinha esperanças ou que eu era uma retardada? É difícil entender a Tomoyo. Todo aquele consolo horrível me fez lembrar da minha rejeição horrorosa e eu caí em lágrimas novamente feito uma criança.

Mas é verdade. Para alguém como eu, colocada na pior turma, estar com o melhor cara da melhor turma é impossível. Mas, eu me apaixonei por ele há dois anos atrás.



Flashback.

- Continuando, o discurso de boas vindas aos novatos. - Falou o diretor da escola dando as boas vindas aos alunos do primeiro ano do ensino médio.

- O menino que vai falar o discurso, dizem que é muito inteligente. - Comentou um menino próximo á mim, e mesmo que eu ouvisse, não estava interessada.

- É mesmo! Ele foi o melhor estudante do país inteiro durante seus três últimos anos do ensino fundalmental, certo? - Completou uma garota que parecia estar deslumbrada. Eu ergui uma sobrancelha imaginando o tipo de nerd horroroso e tosco que esse garoto deveria ser.

- Quer dizer que ele é o pequeno gênio do Japão, hã? - Comentou Tomoyo do meu lado. Naquela época nem éramos amigas, mas nos conhecemos naquele mesmo dia.

Pequeno gênio do Japão? Vamos dar uma olhada nesse CDF.

- Então, o representante dos calouros, Li Shaoran. - Anunciou o diretor. Ficamos todos em silêncio enquanto um rapaz se aproximava do microfone. Ele era simplesmente maravilhoso. Sério, imponente, correto, elegante e lindo. E foi naquele exato segundo que eu me apaixonei.

- Tão lindo... - Sussurrei para mim mesma.

- Meu nome é Li Shaoran da classe A. Hoje, por nossa causa, por causa dos novos alunos... - Então ele fez seu discurso. E admito, foi incrível. Ele fez tudo de uma maneira tão suave e descontraída, e não era um discurso fácil, era complicado. E foi assim que me apaixonei por Li-kun á primeira vista.

Fim do Flashback.



Por causa da nossa divisão de salas por capacidades intelectuais, eu fiquei com medo de que o ano escolar acabasse sem ele saber dos meus sentimentos, foi por isso que eu resolvi fazer a tal carta. Minha cartinha. Minha linda cartinha. Lembrei-me do momento em que ela foi ignorada.



- Com licença, Li-kun! Por f-favor... P-por favor, aceite... A-aceite... - Estendi as mãos, trêmula, segurando o envelope.

- Não quero. - Foi tudo que ele me disse.



Mais lágrimas. Minha dor não se acabava.

- Calma, calma!

- Bom, é verdade que o Shaoran é bonito, mas ele tem alguns problemas como se humano. - Se a prima dele diz isso, quem sou eu pra duvidar?

- Exatamente, ele nem parecia interessado em meninas, mesmo já tendo 17 anos! - Tá, a Tomoyo era bem melhor nessa negócio de consolar as amigas do que a Meiling jamais foi.

- Tem vários meninos normais por aí, por que gosta do robô do meu primo? - Porque ele é perfeito, serve? Não consegui responder isso, no entando, estava tentando parar de chorar.

- SAKURA! - Opa, perigo. Voz conhecida, voz chorosa e decepcionada. Kojiro Nakamura. O pior aluno da classe F, apaixonado por mim desde a mesma época que eu me apaixonei pelo Li. Mas, no tudo, um bom amigo. Só amigo, razão pela qual não o acho atraente, apesar dele ser lindo.



- É verdade que você se declarou pro Li-kun?!?! - Ele parecia realmente triste e chateado com isso, e agora? - Você gosta daquele nerd maldito?! Mesmo já me tendo... Isso não é muito? - Suplicante. Oh, Kami!

- Eu não pertenço á você, Koji-chan. - Falei com seriedade.

- Por que essas palavras tão frias? - Opa, acho que peguei alguma característica do Li-kun. - Não sentamos lado a lado na mesma sala há dois anos? - Soltei um suspiro, sem saber o que dizer, e desisti de tentar parecer bem. Assumi meu semblante triste e encarei a minha carteira, sem dizer nada. Ele pareceu refletir sobre mim. - De qualquer jeito, jamais vou perdoar aquele imbecil do Li por rejeitar a Sakura!

- Você não precisa gritar- - Tentativa da Meiling de acalmá-lo.

- Cala a boca! - Gritou Koji na direção dela. - É como se ele estivesse me desafiando abertamente, é isso que eu tô dizendo!

- Bom, se acalme por enquanto, escandaloso. - Tomoyo tentou também, mas foi em vão.

- Sua... eu tô calmo! Não ligo que ele seja um gênio ou sei lá o que, ele é tão cheio de si! Quem ele pensa que é?!

- Já chega. - Falei calmamente. - Como a Tomoyo disse, não tinha pensado antes de fazer. Agora que paro pra pensar, já sabia que seria rejeitada, mas... - Por algum motivo não consegui completar e dizer que tinha esperanças.

- Sakura...

- E também, ele não deve ser uma pessoa muito legal se nem leu a carta. - Essa fui eu tentando me consolar dizendo que a culpa era dele na verdade, e não minha.

- Também acho. - Concordou Kojiro. Que surpresa.

- Eu tenho péssimo gosto pra homens. - Lágrimas viriam novamente e logo. Controle-se, vamos. - Eu tô bem agora, vou desistir. - Nessa hora o professor entrou na sala de aula e mandou todo mundo sentar pra fazer a chamada. Enquanto isso, comecei a pensar.

Isso! Vou desistir daquele idiota sem coração. Mas, acho que admirava ela. Minha pobre cartinha.



O sinal pra saída tocou e todos saímos da sala em direção á porta da escola. Koji, Tomoyo e Meiling tentavam me animar dizendo que iam pra minha casa nova - a casa que eu e meu pai construímos - celebrar a minha mudança. Aquilo na verdade apenas me chateou, porque a casa ficou num estilo japonês muito clássico e eu esperava algo mais moderno, na verdade. Teve uma hora que o Koji começou a olhar pro lado e murmurar pragas.

- Ei, pare de falar sozinho. - Quando a Meiling estava prestes a tirar uma com a cara dele, foi que notamos que ele não estava falando sozinho, mas sim praguejando com Li-kun. Me escondi atrás da Tomoyo meio que inconscientemente mas o amigo do Li, Yamazaki, me notou.

- Ei, Li-kun, é aquela menina de hoje de manhã. - Li-kun me mirou de cima a baixo com um ar de ceticismo e se virou continuando a caminhar.

- Não deixe isso te afetar, Saku- - Antes que Tomoyo pudesse me consolar, Koji-chan estava correndo na direção dele de forma desesperada e bastante raivosa.

- Não pense que pode agir assim só porque você é da classe A!

- Koji-chan, não! - Supliquei, tentando segurá-lo. Mas aposto que ele já tinha chamado a atenção do Li-kun.

- Você recusou a carta da Sakura, não foi?

- Koji-chan, pare!

- Você ao menos tem sangue correndo pelas veias?!

- Já chega, pare!

- Eu odeio meninas burras. - Foi a justificativa dele para seu ato frio no começo do dia. Ele odeia meninas burras. Como eu, da classe F. Ponto final. E ele disse com uma naturalidade e tranquilidade que provavelmente foi o que mais me matou. Koji-chan continuou xingando ele enquanto ele e o amigo se afastavam. Os amigos do Koji que nos acompanhavam tentavam segurá-lo enquanto a Tomoyo segurava a Meiling que queria praticar um primocídio. Eu apenas fiquei parada, vendo-o se afastar e derramando mais lágrimas.



Chegamos num certo ponto onde cada um seguiu seu caminho pra casa e eu fiquei sozinha com meus próprios pensamentos. Claro, isso até eu chegar em casa e meu pai começar a tagarelar.

- Casas novas são tão legais! São definidas pelo cheiro da cipreste japonesa. Né, Sakura? - Meu pai se chama Fujitaka Kinomoto. Ele é um chef e tem a própria casa de comida japonesa, e é a pessoa que eu mais amo no mundo. Minha mãe faleceu quando eu ainda tinha três anos, então não me lembro muito dela. E meu irmão mais velho, Touya está viajando pelo exterior. Ao contrário de mim, ele é incrivelmente talentoso e inteligente. - Fiz você passar por tempos difíceis, Sakura, mas nós, pai e filha, podemos até construir uma casa, se trabalharmos juntos.

Depois de mais um pouco desse blablabla, a campainha tocou, e não é que o pessoal realmente veio visitar a nova casa? Eu fiquei meio envergonhada, mas eles se sentiram confortáveis e a vontade ali. Até o Koji-chan foi. Foi quando de repente eu senti tudo começar a tremer. E não era só eu, pois todos de repente ficaram tensos. Ótimo, um terremoto, era tudo que eu precisava. Depois de muito convencer o meu pai de que precisavamos sair da casa porque ela estava desabando - dado á negligência do meu pai em construir o lugar - minhas amigas acabaram me puxando pra fora e meu pai voltou pra buscar o retrato da minha mãe no altar. E eu apenas fiquei do lado de fora vendo a casa toda tremer enquanto meu pai não saía, foi quando tudo desabou.

- Não. Não! PAI! PAAAI! - Eu tentei me adiantar pra fazer alguma coisa, mas a Meiling ficava me segurando, e eu apenas chorava. Não podia ser pior, nada disso podia ser pior. Aquele era, definitivamente, o pior dia da minha vida. Quando os bombeiros chegaram, notamos que minha casa tinha sido a única a ter desabado completamente, o que mostrava o trabalho realmente pobre que havia sido feito nela, e o Koji-chan arrumou briga com os bombeiros e começou a procurar pelo meu pai ele mesmo. Acabou que ele conseguiu achá-lo, porque o altar onde a foto da minha mãe ficava, fez uma espécie de cabana em cima dele, protegendo-o. Alívio? Imagine!



Já havia mais ou menos uma semana que eu estava ficando num hotel qualquer com o meu pai, por não termos onde morar. Mas até onde eu sabia, seria o último dia que ficaríamos no hotel, pois meu pai tinha um amigo próximo de muito tempo que se ofereceu para nos acolher em sua casa, o que me deixou feliz, de certa forma. Detestava o hotel. E detestava o fato de todos na escola falarem disso e de mim.

Chegando na escola, senti que alguém e seguia e quando me virei para ter certeza, pude ver uma mulher de roupas e boné pretos e um óculos escuro tirando fotos de mim. Muitas fotos. Quando ela viu que eu a notei, pediu desculpas e saiu correndo dali.

- Você virou uma celebridade, Sakura. - Tomoyo disse, sentida por mim, ou algo do tipo.

- Isso não me deixa nem um pouco feliz. - Falei com sinceridade, encarando o chão.

Aquele dia foi definitivamente cansativo. Na porta da escola encontramos Koji-chan e seus dois amigos com caixas e alto falantes pedindo doações pra alguma coisa. Quando me aproximei, pude ler a placa colada na caixa que dizia "Arrecadação de Fundos de Desastres do Amor para Kinomoto-san cuja casa foi perdida no terremoto." Depois que eu comecei a discutir com ele e dizer que aquilo me envergonhava, Li-kun passou por nós e Koji-chan começou a gritar com ele, pra ficar tudo pior!

- Todo o sofrimento pelo qual você está passando é culpa desse cara! - Gritou enquanto apontava.

- Não foi um terremoto de escala dois? - Li-kun perguntou, erguendo uma sobrancelha, de forma displicente.

- Você sabe o que eu quis dizer!

- Está querendo dizer que eu causei o terremoto? - Koji-chan começou a agir como se Li-kun fosse o ignorante imbecil e não o contrário, e ficou apenas calado. Os olhos âmbares então me fitaram e ele soltou um suspiro cansado. - Tá, você não vai reclamar se eu doar, certo? - Ele começou a remexer a mão no bolso e tirou uma nota de dinnheiro de lá. - Toma. - Quando eu vi ele estendendo aquele dinheiro na minha direção, tudo que pude fazer foi assumir meu pior semblante de irritação e estapear a mão dele com toda a minha força, fazendo-o largar o dinheiro.

- Não me faça de idiota! Foi um desperdício total ter sentimentos por alguém como você nesses últimos dois anos! - Por aquele momento, ele ficou surpreso, até assustado com o que eu disse. - Não quero sua ajuda nem que eu esteja morrendo!

- Tem certeza que quer dizer algo assim? - Novamente, ele ficou sério, frio e calculista, como antes. Aquilo me deixava tão nervosa, como ele conseguia ser tão cheio de si o tempo todo?

- Claro que sim! Não tem porquê você cuidar de mim. Não me trate como idiota só porque não sou tão inteligente quanto você! - Ele se virou de costas pra mim e eu juro por Deus que ouvi uma risadinha. Sim, ele estava de fato rindo da minha cara enquanto eu surtava com ele na frente de todos da escola. Qual o problema desse cara?



Após esse desastroso episódio, dei adeus ao hotel em que ficamos e olá ao caminho de minha nova casa de favores. Não estava exatamente ansiosa para ir pra lá, mas pelo menos, era uma casa. Papai começou a tagarelar sobre como o esse amigo dele tinha um filho na mesma escola que eu e como eu talvez o conhecesse e como eles eram boa gente. Não estava de fato escutando o que ele dizia, só algumas partes, minha mente tentava se soltar dos acontecimentos recentes. Tocamos a campainha e quem atendeu foi um senhor baixinho e gordo de óculos com uma aparência simpática e bondosa.

- Kino-chan! - Apelido carinhoso pro papai, acho.

- Li-chan! - L-li-chan? Ahn... Não, não, que absurdo, não pode ser.

- Bem vindo! Vamos entrando.

- Desculpe por isso, Li-chan.

- O que? Mas claro que não precisa se desculpar! Você hesitando tanto é estranho. - Ok, ele não parece nada com o Li-kun, então não pode ser o que estou pensando que é. Li-kun é lindo e mal, esse cara é bonzinho. - Ah, essa é a Sakura-chan?

- Prazer em conhecê-lo! - Me curvei em sinal de respeito, um tanto nervosa.

- Seja bem vinda! - Ele se virou para o inteior da casa, com certa expectativa. - Shao! Ei, Shao! Sakura-chan e seu pai chegaram! - Shao?

- Bem vindos. - Dentro da casa, encostado na parede, estava um par de olhos âmbares me fitando de forma travessa. Ele sabia. Filho da mãe, ele sabia! Por isso começou a rir hoje de manhã, mas... Por que comigo? Por que?

- Prazer em conhecê-lo, sou Kinomoto.

- O prazer é meu. Sou o filho mais velho, Shaoran. - Sem chance! O que eu faço?!

- Uma bela filha, não acha, Shao? - Senhor Li perguntou á Li-kun. Houve uma pausa silenciosa, e eu apenas podia contemplar minha incredulidade. Li me fitou com cinismo e malícia.

- Estou... Sem palavras. - Onde é que eu fui parar?!



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Prévia do próximo capítulo:



"- Você é a mulher que estava tirando fotos de mim hoje de manhã?"

"- Não atrapalhe minha vida, sim?"

"- Me ajude a entrar no quadro dos 50 melhores. - O quê? Me nego! Isso é impossível! - Ou mostro isso pra escola toda, Li-kun."

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UFA! Acho que foi um capítulo bastante grande, não? Os outros serão tão grandes quanto este, já aviso.
Espero que gostem!!!XD

amei

Xana escreveu:

amei

eu tambem esta simplesmente magnifica

Obrigada gente!!!!Que bom que gostaram !!!!
Em breve colocarei o 2 º capitulo, mas vai demorar um pouco devido os testes que eu vou fazer nesta semana ¬¬"!!!!!!!!

Gente desculpe pelo double post, mas aqui está o 2º capitulo da fanfic!!!
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Sakura's POV

- Uma bela filha, não acha, Shao? - Senhor Li perguntou á Li-kun. Houve uma pausa silenciosa, e eu apenas podia contemplar minha incredulidade. Li me fitou com cinismo e malícia.

- Estou... Sem palavras. - Onde é que eu fui parar?!

- Estou surpresa também, você é bem mais bonita pessoalmente do que nas fotos, Sakura-chan. - Uma mulher sorridente, de aparência bondosa e gentil, apareceu na minha visão na frente de Li-kun, tirando-me do meu transe de desespero. Ela me parecia familiar.

- Você... é a mulher que estava tirando fotos de mim hoje de manhã? - Depois de algum tempo encarando-a, percebi de onde a conhecia.

- Sim, sim. Oh, me desculpe. Soube que viria morar conosco e bem... não resisti. - E soltou uma risadinha envergonhada. Sinceramente, até agora todos da família do Li são perfeitamente agradáveis, qual o problema desse cara? Por que ele é tão esnobe? - De qualquer forma, vão entrando logo.

- Oh, sim. Com licença. - Meu pai se adiantou, carregando a própria mala e eu fiquei parada, na entrada, meio incerta. Não era somente a casa do amigo do meu pai, era a casa do Li-kun. O cara que eu neguei a ajuda, mesmo que eu estivesse morrendo. Pisar ali, seria me humilhar. - Venha, Sakura.

- A-ah... Hm. Com licença. - Entrei, derrotada. Esperando que acordar no hotel fedorento, e me dar conta de que todo aquele dia foi um pesadelo.

- Onii-chan, você a conhece de vista, não é? - Perguntou a senhora Li a Li-kun. De vista. É, com certeza. Fiquei quieta, meio sentida, e deixei que ele respondesse essa pergunta. Ele sorriu.

- Sim. Nossas classes são bem distantes. - Desgraçado. - Mas, muitas coisas aconteceram ultimamente. - Maldito, maldito! - Né, Sakura-san? - Da onde veio essa intimidade toda, afinal?

Não consegui soltar uma palavra sequer. A mãe do Li-kun o interrompeu e começou a tagarelar sobre como iria ser divertido agora que eu iria morar lá. Foi quando um abrir de porta a interrompeu, e por ela, saiu um garotinho que estava no terceiro ano do ensino fundamental. Ele era o Shaoran Li, só que na versão mini, impressionantemente igual! Até me assustou. Ele se apresentou de forma educada, sabe? "Prazer em conhecê-la, sou Li Yuuki.", uma gracinha. Mas então, ele ficou repentinamente calado, me observando, quando pediu pra ajudá-lo a ler kanji para o dever de casa dele, repentinamente. Eram quatro, e é claro que eu errei quase todos, foi uma lástima. Então, ele mostrou que realmente era idêntico ao Li-kun.

- Você tem 17 anos e não consegue ler isso! Você é retardada? - Que boca, não?

- Ora, Yuuki! Isso é muito grosseiro, peça desculpas! - Pobre, mãe Li. Onde foi que ela encontrou esses dois filhotes de coisa ruim?

- Não! Ela é uma idiota, e eu não gostei dela! - E saiu correndo. Eu vi estrelas, estava completamente perdida. Que tipo de lugar era aquele, que casa maluca!

Senhor e senhora Li se desculparam infinitamente comigo, mas eu ficava dizendo que não tinha problema, apesar de me sentir bastante mal por dentro. Eu estava na casa deles de favor, não me importava de ser saco de pancada do filho mais novo, acho. Algum preço eu teria que pagar, certo? Li-kun estava só observando e rindo da minha cara, simpático. Então, para tirar a tensão do ar, senhora Li foi me mostrar o quarto que havia decorado pra mim. Era insano! Era um quarto digno de uma princesa de contos de fadas, era lindo! E tudo isso pra uma completa estranha... Li-kun, por alguma razão nos seguiu.

- Esse quarto de luxo costumava ser o quarto do Yuuki. Graças a você, tive que levar a mesa dele pro meu quarto e agora tá tudo apertado. - Ah, pra isso que ele nos seguiu, pra me fazer sentir mal, que fofo! ¬¬

- Onii-chan, não diga coisas assim! Não tem problema, Sakura-chan.

- Aah... - Eu estou tão sem graça!

- Ajude a Sakura a desfazer as malas dela, por favor. Tenho que preparar o jantar. Te vejo depois, Sakura-chan. - Ela tinha mesmo um carinho inesperadamente especial por mim, e eu nem sabia o porque, já que acabei de conhecê-la. Dei de ombros. Respirei me perguntando se agora era o momento em que eu ia ter paz, mas imaginei que não.

- Então, com o que devo te ajudar?

- Tá tudo bem, posso fazer sozinha! - Me apressei em falar, nervosamente, tentando ser educada. Não queria dar mais trabalho á ele.

- Ah, é mesmo. - Ele colocou as mãos nos bolsos e me encarou friamente. - Não tem porque eu cuidar de você, certo? - O... quê? - Você estar aqui ou não, não faz diferença. Por favor, não bagunce meu estilo de vida. - Saiu, fechou a porta e foi isso. Eu era um empecilho, nada mais. Tudo que tiver forças pra fazer, foi colocar um pijama, apagar a luz, e ir dormir. Queria desaparecer, queria outro terremoto, mas dessa vez, queria que ele sumisse comigo.



De manhã, eu me sentia bem melhor. Acordei bem cedo, talvez por não estar acostumada ou por estar ciente de alguma forma que aquela não era a minha casa e que havia pessoas que não me desejavam ali. Respirei fundo e comecei a me arrumar, coloquei o uniforme da escola, escovei os dentes, penteei os cabelos e desci para tomar o café quando a mãe do Li-kun nos chamou. Estar tomando café com Li-kun e toda a sua família - e o meu pai - era algo definitivamente surreal, e por mais que eu me odiasse por isso, admirá-lo era automático.

- E então, como foi, Sakura-chan? - Me perguntou senhor Li, bondosamente. Não entendi o que era, mas ok. - Dormiu bem esta noite?

- Sim, é claro.

- Kino-chan ainda está dormindo, não é? - Meu pai não tem modos, sinceramente.

- D-desculpe por isso!

- Imagine! Ele é um chef de cozinha, afinal. Sei que ele trabalha até tarde da noite.

- E ele deve estar cansado com tudo que aconteceu. - Deve ter sido um impacto bem maior no meu pai, aquele terremoto, como a mãe Li bem lembrou. A casa era nova, ele tinha construído. Pobrezinho.

- Terminei. Obrigado pela comida. - Li-kun se levantou e levou o prato até a pia, indo logo em seguida para a porta. A mãe dele se apressou em dizer que eu deveria ir com ele, e também falou pra ele que teria que me ensinar o caminho para o metrô, mas claro que ele agiu como se eu fosse invisível e saiu andando na frente. Tive que sair correndo da casa para alcançá-lo, isso enquanto Yuuki berrava que queria ir com o irmão pra escola.

Quando o alcancei, me certifiquei de ficar pelo menos três passos atrás dele, sem dizer nada, sem suspirar alto, só queria que ele me esquecesse ali. Era tão constrangedor! Se eu soubesse que aquilo iria acontecer, não tinha dado a carta pra ele. Chegamos na estação do metrô.

- Ei. - Ele estava falando comigo?

- Sim?

- Não conte pra ninguém que estamos morando juntos. E claro, não fale comigo na escola. - Então se virou, e continuou a andar. Suscinto, né? Que diabos foi isso?!

Entramos no trêm e por Kami, nunca vi tanta gente junta, eu sentia dificuldade pra respirar e estava parecendo um mosaico! Quando paramos numa estação qualquer, quase todo mundo saiu do trêm e me levaram pra fora junto, que pessoas malucas! Sinto falta de morar perto da escola e não precisar pegar metrô, que dias belos. Ouvi o apito que soou dizendo que as portas iam se fechar. Saí correndo mas não ia chegar a tempo, á não ser que...

- Li-kun!! - Ele estava perto da porta. Ele podia segurá-la para mim. Ele me viu do lado de fora, olhou nos meus olhos, viu que eu ia perder o trêm e não moveu um músculo. Imbecil. A porta se fechou e o trêm partiu, então tive que pegar o próximo. Por segundos não cheguei atrasada na escola. O primeiro sinal tocou e eu consegui entrar, e Li-kun passou na minha frente, tranquilamente, claro, ele não teve que correr até lá. - EI!

- Falei pra você não falar comigo. - Ah, mas que garoto grosso!

- Eu ia entrar, você não podia ter segurado a porta pra mim... No mínimo? - Perguntei de forma irritada.

- Odeio meninas distraídas mais do que as burras. - Falou, virando-se de costas. ... Gelo. É gelo que corre nas veias dessa pessoa!



Sinal para a saída. Classe vazia.

- Ah, odeio finais de trimestres. - Tomoyo reclamou, encarando o quadro de provas.

- Realmente, acho que vou desistir do futuro acadêmico. - Meiling é tão exagerada!

- Tô ferrado se falhar de novo. - Koji-chan tinha razão, ele simplesmente não podia falhar mais. Eu anotava todas as provas com um ar decidido, e Koji-chan reparou. - Sakura, você parece inspirada.

- Dessa vez, eu vou fazer. - Os três me encararam com surpresa. - Vou ser melhor que Li Shaoran. - Silêncio. Silêncio apreensivo. Silêncio desconfortável. Incredulidade. E por fim, como esperado, as gargalhadas.

- Essa é boa! - Vindo de alguém que odeia o Li-kun, Koji-chan tem bom senso de humor, hm?

- Ah, por favor, Sakura, os deuses ficarão bravos mesmo sendo só uma piada. - Os deuses são minha testemunha, cara Tomoyo.

- Estou falando sério.

- Ei, você tá bem? Tá estranha! - Meiling estava preocupada mesmo ou aquilo era sarcasmo?

- Você tem noção de que não tá enfrentando só o melhor da escola, mas o melhor de Tóquio? Na verdade, é capaz dele ser o gênio número 1 do Japão! - Ah, mas que saco! Koji-chan é o novo presidente do fã clube do Li Shaoran? Dá um tempo!

- Chega! - Me afastei de todos eles e bati com força a palma da mão no quadro de provas. - Em outras palavras, estou sentindo esse nível de determinação! Vou entrar no quadro de notícias!

- Só os melhores 50 alunos na prova vão pra esse quadro, você entende a situação? - Perguntou Tomoyo desesperada.

- Nunca na história um aluno da classe F entrou no quadro!

- Então vou mudar a história! Eu sei que não tenho chances de ser melhor do que ele, mas no mínimo vou ter meu nome no mesmo quadro que ele!



E com aquele final dramático, voltei pra casa de favores que eu estou morando e comecei a estudar feito condenada. Claro que eu nem sabia por onde começar e mal sabia o que eu não sabia ou o que não estava entendendo. Ahn? Meu cérebro vai se fundir! Depois de algum tempo, Oba-sama (a mãe do Li), entrou em meu quarto trazendo chá e alguns biscoitos. Conversamos sobre o Li-kun e ela disse que ele não estudava pras provas, só dormia ou fazia outras coisas o dia todo. Pra que humilhar? Então ela me mostrou um álbum de fotos cheinho de fotos de uma menininha com mais ou menos sete anos, linda de morrer, cabelos curtinhos, vestidinhos, sainhas e todos os "inhos" mais fofos do mundo.

- Que menina fofa! Tãão linda! - Ela tinha cabelos castanhos e lindos olhos âmbares que...

- Não é menininha, é o Onii-chan. - Ela falou com um sorriso travesso. Meu sangue gelou e eu larguei aquele álbum como se olhar mais pra ele fosse me transformar em pedra ou algo do tipo. - É que... Eu queria tanto uma menininha. E tinha certeza que ia nascer uma menina, então só comprei roupas de menina. Fiquei bem chocada quando o Onii-chan nasceu.

Minha falta de fala resultou em mais olhadas nas fotos da linda menina do álbum. Mas aquilo não podia ser o Li-kun, ele era mal, frio, grosso e aquela menininha do álbum era uma princesinha linda. Talvez seja por isso que ele é tão chato. Trauma de infância. Ela explicou que vestiu ele com roupas de menina até ele ter idade suficiente para reclamar, que inconsequente, irresponsável, bizarro! Disse que ele é rancorosíssimo sobre isso e que se perguntava se isso era o motivo por trás de sua frieza.

- Ah, Sakura-chan! Yuuki também não sabe disso. Então... Por favor, guarde segredo. - Ah, certo. Segredo, né? Claro, claro. Eu tenho um pressentimento estranho sobre isso...



No dia seguinte, já na escola, meus amigos resolveram me abordar sobre minha moradia.

- Ei, Sakura-chan, você disse que estava morando na casa do amigo do seu pai né? Onde fica? - Tomoyo perguntou doce e inocentemente. Oh-oh, busted.

- Perto de Setagaya, eu acho. - Falei, tentando me lembrar exatamente, mas sem sucesso. Eles ficaram empolgados, as casas por lá eram grande coisa.

- Fala sério, que legal! Grande parte da minha família mora lá. - Meiling. Ah, mas que droga! Ela é prima do Li! Oh, por Kami, me tire dessa! - Onde em Setagaya?

- Não tenho certeza. - Cocei a nuca, sem graça. Acho que vou ter que guardar segredo.

- Kinomoto-san. - O som dessa voz me fez gelar até a nuca. O que ele estava fazendo falando comigo na escola e ainda por cima vindo até a minha classe? Não era esse maníaco que não queria papo comigo na escola? - Pegue sua bolsa e venha comigo.

- Mas hein? - Kojiro parecia á beira de um ataque fulminante do coração.

Li-kun me levou até os fundos externos da escola e estendeu uma marmitinha enrolada com um paninho de porquinhos.

- Toma. Acho que a minha mãe trocou os nossos almoços.

- Ah, tava estranhando o meu ser tão grande. - Peguei uma super marmita com o dobro, quase triplo do tamanho da que ele segurava e trocamos de almoço. Fiquei aliviada, não sei oq eu faria com aquela coisa enorme, apesar de eu gostar muito de comer.

- Que saco. Essas confusões só acontecem por nós frequentarmos a mesma escola. - Só aquela pequena insinuação de que eu estudar na mesma escola que ele era um incômodo, fez meu sangue ferver. Mas dessa vez, eu não precisava ficar quieta, porque eu tinha uma arma.

- É verdade. Você até pode pegar o uniforme errado e usar o meu, Li-kun. - Falei num tom malicioso e insinuante. Rapidamente, ele ficou nervoso e descomposto, até sem graça. Ah, o calncanhar de Aquiles! Todos tem sua fraqueza.

- P-por que eu usaria o seu por engano?

- Bom, é porque... - Me virei de costas para Li-kun e caminhei alguns passos, me afastando um pouco, depois virei o rosto e tirei uma foto do meu bolso que mostrava uma garotinha de marias chiquinha e vestidinho rosa, com lacinhos no cabelo pra combinar. - parece que você usava saias quando era pequena. Você era tão fofinho, Li-kun!

Ah, que maravilha, ele quase caiu pra trás! Eu senti uma vontade tão enorme de gsargalhar naquela hora, mas não podia perder a pose, precisava mostrar que naquele momento, eu mandava, eu dava as cartas. Mas sim, Li-kun estava a beira do desespero.

- Da onde você tirou isso?!?

- Sua mãe me deu uma. - Falei de forma displicente. Trocamos de lugar, né, Li-kun?

- Devolva!

- Não.

- O que disse? - Quando foi que ele se aproximou de mim desse jeito? Vamos, mantenha sua distãncia, Sakura, deixe ele para trás, MUHUHAHAH.

- Ué, você fica tirando sarro de mim o tempo inteiro! - Falei, me afastando. - Não posso fazer o mesmo uma vez?

- Quando que eu tirei sarro de você?!?

- Até gênios tem seu ponto fraco! - Ele então veio pra cima de mim.

- Devolva! - Comecei a mostrar a língua, rir e correr e ele não parava de me seguir, todo nervoso e estressado, gritando. Ah, mas aquilo era definitivamente engraçado. Estava me divertindo como não fazia em muito tempo.

- Devolvo com uma condição.

- Condição?

- Os exames de fim de semestre são em duas semanas. Seja meu professor.

- Eu? Ser seu...?

- Correto! Devolvo se você conseguir me colocar nos melhores 50, fechado?

- Me recuso! Isso é obviamente impossível!! - Gente, jamais vi ele tão fora de compostura como agora. Ele estava uma pilha de nervos. Era tããão engraçado!

- Ah, é? Então vou mandar emails com essa foto pra todos os alunos da escola, vejamos... - Abri meu celular e comecei a apertar um monte de coisas fingindo que estava realmente fazendo algo ali. Acho que por causa do desespero, o gênio caiu naquela. Pf,

- HOOOOOOO! Tá bom, então! Mas, não prometo que vai conseguir ir pro quadro. Geralmente são só alunos da classe A e B. Prometo que passo você com boas notas, mas entrar pro quadro... Iria precisar de intervenção divina pra alguém da classe F como você passar pra lá.

Já era o bastante pra mim. Comemorei um pouco minha vitória, agradeci ele de forma empolgada, e combinamos que de noite iríamos estudar. Meus amigos estavam me espiando, Meiling e Tomoyo pediram por detalhes, assim como Kojiro que estava roxo. Tive que lhes contar tudo e eles não aceitaram muito bem, mas pelo menos não me julgaram, afinal a culpa não era minha.



A noite, eu fiquei realmente nervosa por ficar sozinha no meu quarto com ele, mas ele foi um professor bom, apesar de impaciente e resmungão. Bom, ele estava de má vontade, mas como um bom CDF conseguiu me ensinar tudinho. Teve uma hora que ele caiu no sono e eu caí no sono de ver ele dormir. Acordei com um flash na minha cara. Oba-sama estava tirando fotos nossas enquanto dormíamos. Ele surtou quando ela disse que ficávamos bem juntos e que deveríamos nos casar. Eu construí toda aquela cena maravilhosa na minha mente enquanto ele berrava aos sete ventos que aquela era a idéia mais ridícula que ele já ouviu. Estudamos um pouco mais. Mentira, estudamos MUITO mais. Viramos a noite, quase. Afinal, era bastante conteúdo. Oh, por Kami.



No dia seguinte, tive que me esforçar pra me manter acordada durante as aulas. Meiling percebeu meu cansaço e ficou ligeiramente preocupada comigo. Ela não gostava nada do primo e desconfiava bastante dele. Kojiro então, nem se fala, achava que eu estava dando uma de gata borralheira na casa dos Li e que eu apenas não queria preocupá-lo.



Passei na biblioteca antes de ir pra casa e voltei a estudar feito maluca. Ele tentando me ensinar inglês foi uma lástima, dizia que nem meu japonês fazia sentido. Abusado. Acabamos por dormir no meio dos estudos novamente, e quando acordamos, tivemos que virar de novo pra terminar tudo.



Passaram-se alguns dias e era dia da prova. Ok, eu conseguiria, afinal, Li-kun tinha me ensinado tudo, e com ele, não poderia falhar! Oba-sama me desejou sorte nas minhas provas e por incrivel que pareça, Li-kun não saiu na minha frente pra escola, ele me esperou. Foi quando Oba-sama me deu um envelope fechado e disse que era um amuleto de sorte e que eu só deveria abrir depois de ver o resultado da prova. Eu agradeci imensamente.

- Ora, isso não é um vestibular. Vamos logo. - Chato. Chegando na estação de trêm, novamente tive que driblar as pessoas, e eu não sou boa nisso, pra chegar no vagão que o Li-kun entrou com tanta facilidade. A porta estava se fechando e eu iria ficar pra trás de novo e bem no dia da prova. Mas então, a porta se abriu novamente. Ele havia segurado ela pra mim. O que deu nele?

Chegamos na escola, como sempre, em silêncio. Eu queria agradecê-lo. Pelo menos uma palavra. Mas ele provavelmente vai ficar bravo se eu falar com ele na escola. Ele vai me ignorar também, de qualquer jeito. Ah não, chegamos na sala dele e eu tenho que ir pra minha! Antes que ele pudesse entrar na própria sala, passei atrás dele e falei bem baixinho, para que somente ele escutasse.

- Obrigada.

No mesmo tom, ele me respondeu.

- Boa sorte. Se esforce. - S-surreal.

- Comecem! - O professor anunciou e todos viramos as provas. E qual foi o meu choque quando vi que quase todas as questões da prova eram as que o Li-kun tinha feito pra mim? Fiquei dez minutos encarando aquele pedaço de papel. Simplesmente não acreditei que sabia as respostas.

- E então, Sakura, como foi? - Perguntou Meiling, quase morrendo.

- A-acho que... Sabia como fazer.

- Por que parece tão relaxada? - Tomoyo ficava irritada depois das provas, tadinha. Não posso culpá-la, eu entendo todo mundo daquela sala.

- Só vai passar vergonha depois. - Falou Meiling super fofa me apoiando. (y)

- Ora, vamos, Sakura, vamos nos divertir! - Kojiro agarrou meus ombros e foi me arrastando pra fora da sala. Como assim, nos divertir? Ir pra onde? Eu estava cansada, queria apenas dormir.

- Ah, Koji-chan!

- Não vou te largar hoje não importa o que você disser. - Falou, divertindo-se sozinho já. Tentando me tirar da sala de aula.



Uma semana depois.

Ah, ah, aaaah! O quadro dos cinquenta melhores. Corri feito um trovão para olhar aquele mural e já estava cheio de gente na frente. Só alunos da classe A, B e C. O que eu estava fazendo ali, né? Me senti uma outsider. Bom, me espremi no meio de todo mundo e fui chegando mais perto. Uma menina na minha frente saiu chorando, e pude ver claramente o quadro.

- Número um... Li-kun conseguiu. Graças a Deus. - Não sei mesmo porque me importo tanto, apenas me importo. Eu sabia que nem ao menos estaria no quadro, era ridículo pensar que sim, mas fui bem nas provas e passei o semestre sem problemas ou aulas extra. Ah, que delícia.

- O que houve? Você nunca olha os resultados. - Ouvi a voz de Yamazaki se aproximando com Li-kun, e decidi ficar oculta no meio das pessoas, apenas observando e ouvindo. Sim, lunática, mas e daí? Li-kun parou na ponta do quadro e ficou analisando ele. - Ei, número um é do outro lado. Esse lado é o final. - Ele apenas abaixou os olhos, depois de olhar o quadro por mais tempo, e se virou, sério. Ah, ele devia estar cansado por me ajudar tanto, deveria pelo menos ir parabenizá-lo. Corri em sua direção e fingi que nem sabia que ele estava ali, dei de encontrão com ele, e o gênio caiu nessa.

- Oh, desculpe. Ah, parabéns pelo primeiro lugar. Pontuação perfeita também.

- Claro. Foi a primeira vez que estudei tanto. E... Hm, você também. Você conseguiu. - Mais hein? Ah, coitado, fiz ele estudar tanto que ele deve ter tido um aneurisma cerebral! - Você não viu? - Olhei pro final do quadro, que foi onde ele olhou, e então vi. No número cinquenta. Kinomoto Sakura.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAH! - Olhares nerds se viraram em minha direção. - LI-KUN! CO-CONSEGUI O 50º LUGAR! - Não consegui controlar o volume da minha voz. Li-kun estendeu a mão na minha direção, de forma séria, e eu agarrei ela, animada. - Obrigada, estou tão feliz! Obrigada!

- Não é isso. - Então ele soltou minha mão e com ela um suspiro cansado. - Devolva o que prometeu.

- Ah, sim! - Tirei a foto dele de bebêzinha do bolso e entreguei sem muita frescura. Ele quase berrou e pegou com força, amassando ela toda.

- Cuidado, estamos no meio do corredor, idiota! Não tire pra todo mundo ver! - Ele se virou de costas pra mim, meio corado pela vergonha. Enfiou a foto dentro do bolso do terno e disse. - Também, já te disse tantas vezes, mas por favor, não fale comigo na escola. - Ah, idiota, ele me paga.

- OBRIGADAAAAA, LI-KUUUUN! - Vi ele bater a mão na testa e apressar o passo e ri baixinho comigo mesma, mas eu estava de fato, muito muito grata.

Ele é o primeiro e eu a última. Mas, mesmo assim, estou no mesmo papel que o Li-kun. Quando cheguei na classe, Tomoyo começou a me fazer rir, me chamando de Li-kun da classe F, mas me parabenizou pelo resultado. Quando tirei meu caderno de dentro da bolsa, o envelope que a Oba-sama me deu caiu no chão, era o tal do amuleto da sorte. E que sorte! Expliquei pra Tomoyo o que era e o Koji perguntou se poderia ver. Quando fui abrir, estavam os três atrás de mim, na expectativa.

- KYAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! - Kojiro me assustou mais do que as fotos de mim e Li-kun dormindo na mesa pertinho um do outro. - O que é isso? - E então desmaiou. DESMAIOU cara, ele foi pra enfermaria e tudo.

- Sakura, o que é isso? - Perguntou Tomoyo.

- Por que você e Shaoran estão dormindo juntinhos e tão felizes?!? - Meiling era, de longe, a mais incrédula. Depois do desmaiado, é claro. Pedi desculpas á elas, me curvei e tudo. Expliquei o que aquilo era e tudo o mais e acabou que elas ficaram com pena de mim, achando que eu estava me iludindo com o Li-kun novamente.

- Coitadinha.

- Ah, eu não ligo mais para aquele sem coração! - Sem coração? Hm. Ele me ajudou, apesar de tudo. Ele me ensinou e não desistiu de mim uma noite sequer, mesmo quando eu esquecia as coisas que ele havia acabado de me ensinar. Ele não é TÃO sem coração. Ele me esperou pra ir pra escola, segurou a porta do metrô pra mim e me desejou boa sorte. E foi checar meu resultado.

- Sakura? - Viajei.

- De qualquer jeito, só estou morando com ele por um tempo. Por favor, guardem segredo, ok? - Elas concordaram e tudo ficou bem afinal.

Na manhã seguinte.

- KINOMOTO! - A entrada brusca do Li-kun na minha sala fez com que eu me engasgasse com a minha comida. - Venha comigo!! - Oh meu Deus, o que eu fiz? Eu tenho certeza absoluta que não falei com ele hoje, nem esbarrei nele, mal dei bom dia pra ele, o que esse maluco quer agora?

- Ei, você disse pra não falar com você na escola. Boatos vão se espalhar desse jeito. - Avisei, com sinceridade, enquanto o acompanhava pelo corredor.

- Os boatos já se espalharam! - Virando um dos corredores, vi um monte de gente em frente á uma parede, observando o que parecia ser um cartaz. Era um desenho de um menininho e uma menininha dormindo juntos, ambos sorridentes. E com os dizeres "O casal de quem todo mundo está falando agora estão morando juntos." No menino estava 3-A e na menina 3-F.

- Que diabos é isso?! - Perguntei assustada e envergonhada.

- É o que quero saber. - Por isso ele estava aquela pilha de nervos? Mas que amigos que eu tenho, isso porque IMPLOREI que mantivessem segredo. Li-kun pegou o cartaz e amassou ele todo, jogando no lixo depois. - Já estou cheio disso.

- Li-kun, eu...

- Você pode não ligar, mas é um problema pra mim! Não bagunce mais a minha vida!! - Ele gritou isso pra quem quisesse ouvir. Humilhada. Era como eu me sentia. Mas não importa o quanto ele me ofenda... Eu o odeio. Já estou bem com isso. Deveria estar bem com isso. Eu consegui aguentar quando ele recusou minha carta. Mas então, por que eu... ? Por que estou chorando? Por que isso dói tanto dentro de mim?

Eu acho...

Eu acho que realmente amo o Li-kun.



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Prévia do próximo capítulo:



"- Não me rebaixe ao seu nível."

"- Você leu sem a minha permissão? Isso é horrível!"

"- Os sentimentos podem mudar. Por exemplo, você pode odiar alguém hoje, e vir a amar essa pessoa amanhã."

Esta simplesmente linda fantastica formidavel simplesmente adorei este novo capitulo